sábado, 7 de abril de 2007

Não se perdeu


Não se perdeu nenhuma coisa em mim.
Continuam as noites e os poentes
Que escorreram na casa e no jardim,
Continuam as vozes diferentes
Que intactas no meu ser estão suspensas.
Trago o terror e trago a claridade,
E através de todas as presenças
Caminho para a única unidade.



Sophia de Mello Breyner

1 comentário:

Anónimo disse...

Ouvi dizer que o Sousa Tavares, o filho, citou este poema no elogio fúnebre que fez à mãe. É muito bonito e resume muito do que é a poesia dela.

Museu Berardo - Como é que o classificas?