quinta-feira, 26 de abril de 2007

segunda-feira, 23 de abril de 2007

domingo, 15 de abril de 2007

Estou triste


Eu tinha grandes coisas para vos dizer
Por‚mim nem tenho tempo. Vou-me embora.
Deixo-vos com a vossa tristeza
mergulhada no vinho quieta envilecida.

Minha tristeza ‚ mais pura
nem se esconde no vinho nem se esconde.
Precisa
De grandes gritos ao ar livre. De
partir … pedrada o copo
onde a vossa tristeza apodrece.
Preciso de correr. Apertar muitas mÆos
encher as ruas de muita gente.
Precisa de batalhas



Manuel Alegre

sábado, 14 de abril de 2007

Poema do Homem Só


Sós,

irremediavelmente sós,

como um astro perdido que arrefece.

Todos passam por nós

e ninguém nos conhece.



Os que passam e os que ficam.

Todos se desconhecem.

Os astros nada explicam:

Arrefecem



Nesta envolvente solidão compacta,

quer se grite ou não se grite,

nenhum dar-se de outro se refracta,

nehum ser nós se transmite.



Quem sente o meu sentimento

sou eu só, e mais ninguém.

Quem sofre o meu sofrimento

sou eu só, e mais ninguém.

Quem estremece este meu estremecimento

sou eu só, e mais ninguém.



Dão-se os lábios, dão-se os braços

dão-se os olhos, dão-se os dedos,

bocetas de mil segredos

dão-se em pasmados compassos;

dão-se as noites, e dão-se os dias,

dão-se aflitivas esmolas,

abrem-se e dão-se as corolas

breves das carnes macias;

dão-se os nervos, dá-se a vida,

dá-se o sangue gota a gota,

como uma braçada rota

dá-se tudo e nada fica.



Mas este íntimo secreto

que no silêncio concreto,

este oferecer-se de dentro

num esgotamento completo,

este ser-se sem disfarçe,

virgem de mal e de bem,

este dar-se, este entregar-se,

descobrir-se, e desflorar-se,

é nosso de mais ninguém.


António Gedeão

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Porque


Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão
Porque os outros têm medo mas tu não.

Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos
Porque os outros calculam mas tu não.


Sophia de Mello Breyner

O Noviço vai lá estar este fim de semana


quarta-feira, 11 de abril de 2007

Quase




Um pouco mais de sol - eu era brasa,
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...

Se ao menos eu permanecesse aquém...
Assombro ou paz? Em vão... Tudo esvaído
Num grande mar enganador de espuma;
E o grande sonho despertado em bruma,
O grande sonho - ó dor! - quase vivido...
Quase o amor, quase o triunfo e a chama,

Quase o princípio e o fim - quase a expansão...
Mas na minh'alma tudo se derrama...
Entanto nada foi só ilusão!
De tudo houve um começo... e tudo errou...
- Ai a dor de ser - quase, dor sem fim...
Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,

Asa que se enlaçou mas não voou...
Momentos de alma que, desbaratei...
Templos aonde nunca pus um altar...
Rios que perdi sem os levar ao mar...
Ânsias que foram mas que não fixei...
Se me vagueio, encontro só indícios...

Ogivas para o sol - vejo-as cerradas;
E mãos de herói, sem fé, acobardadas,
Puseram grades sobre os precipícios...
Num ímpeto difuso de quebranto,
Tudo encetei e nada possuí...
Hoje, de mim, só resta o desencanto

Das coisas que beijei mas não vivi...
Um pouco mais de sol - e fora brasa,
Um pouco mais de azul - e fora além.
Para atingir faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...


Mário de Sá Carneiro

terça-feira, 10 de abril de 2007

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Pode ser ... um dia


Poder ser que um dia deixemos de nos falar,
Mas enqaunto houver amizade,
Faremos as pazes de novo...
Pode ser que um dia o tempo passe,
Mas, se a amizade permanecer,
Lembraremos um do outro.
Poder ser que um dia nos afastemos,
Mas, se formos amigos de verdade,
A amizade nos reaproximará.
Pode ser que um dia não mais existamos,
mas, se ainda sobrar amizade,
Nasceremos de novo, um para o outro.
Pode ser que um dia, tudo acabe
Mas, com a nossa amizade
Construiremos tudo de novo.
Cada vez de forma diferente.
Sendo único e inesquecivel cada momento,
Que juntos iremos viver e que iremos guardar para sempre.

sábado, 7 de abril de 2007

Não se perdeu


Não se perdeu nenhuma coisa em mim.
Continuam as noites e os poentes
Que escorreram na casa e no jardim,
Continuam as vozes diferentes
Que intactas no meu ser estão suspensas.
Trago o terror e trago a claridade,
E através de todas as presenças
Caminho para a única unidade.



Sophia de Mello Breyner

sexta-feira, 6 de abril de 2007

Quando...


Quando eu me perco …. é quando eu te encontro
Quando eu me solto … são os teus olhos que me vêem
Quando eu me iludo … é quando eu te esqueço
Quando eu te tenho … é quando eu me sinto tão bem
Quando eu te invado de silêncio … tu confortas a minha dor com a tua atenção
Quando eu durmo no teu colo … tu fazes-me sonhar o sonho mais belo
Quando me abraças … sinto que cheguei a um porto de abrigo
Quando choro … estás preparado para chorar comigo
Quando estou a sorrir … dizes simplesmente que sou lindo
Por tudo isto, só te quero dizer que
Tu fazes-me sentir de novo o que eu
Já não me importava mais de sentir.
E por tudo isto te digo
Não tenhas medo deste amor.

Para ser grande


Para ser grande, sê inteiro,
Põe quanto és no mínimo que fazes.
Nada teu exagera ou exclui.
Assim, em cada lago, a lua toda brilha porque alta vive.



Ricardo Reis

quinta-feira, 5 de abril de 2007

The Man I Love



Le nouveau film d'Eytan Fox "The Bubble" le plus interessant et courageux realisateur israelien, nous raconte cette fois-ci les amours d'un jeune israelien et d'un jeune palestinien

Às vezes ...


Às vezes não me ouves, mas não faz mal
Depois eu exagero mas não é por mal
E se eu disser que não quero mais
É mentira...
Eu nunca te entendi, nem posso entender
Tudo o que eu faço, é gostar de ti
Sei que posso errar, dou o braço a torcer
Mas não te esqueças neste barco somos dois
Muitas vezes quis falar contigo mas não deu
Só te peço o mesmo que me pedes a mim
Se me amas sei, que será assim
Podemos discutir, isso é normal
Depois quando fazemos as pazes é tão especial
À noite ao deitar, mesmo sem tocar
Sei que estas ao meu lado posso descansar
Dissemos tanta coisa, às vezes sem pensar
No final o que interessa é o sentimento
E o que sentimos não dá para explicar...
Vou fazer tudo para não te perder
Sem te tocar não faz sentido viver
Nem que o mundo caia sobre nós
Estaremos juntos...
Só tu podes ser a luz do meu coração
Basta querer, esta tudo na nossa mão
Agora eu sei que é amor, só podes ser tu, e quando parecer o fim
Lembra-te... de mim.

quarta-feira, 4 de abril de 2007

O que há em mim é sobretudo cansaço


O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas.

Essas e o que faz falta nelas eternamente;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço, Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo, Cansaço...
Álvaro de Campos

terça-feira, 3 de abril de 2007

Numa tarde fria




Nesta tarde fria meu pensamento se desprende, viajando até ti; vejo tua imagem como se de uma pintura se trata-se, que entorpece os meus sentidos. Meus olhos insaciáveis viajam em cada detalhe do teu quadro, que diante de mim se apresenta; sainda de um feixe de fogo que me aquece, deixando a minha imaginação fazer mil suposições, centenas de planos e traçando dezenas de estratégias para conquistá-lo.
Ousadamente aproximo-me, toco de leve na borda do quadro, desço os dedos suavemente, sentindo o efeito da pintura que acredito não ser real, devido à perfeição das formas e curvas. Parece que sinto o mamilo dos teus seios intumescidos de prazer.

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Dicionário da Páscoa


A Palavra Páscoa, ou Peseach, tem origem na lingua Hebraica e significa passagem para a liberdade. É a maior festa do cristianismo e naturalmente, de todos os cristãos, pois nela se comemora a Ressureição. Considerada, essencialmente, a festa da libertação, a Páscoa é uma das celebrações móveis do calendário, que começa com a Quaresma e termina na Vigilia Pascal.

Ovo - A existência da vida está intimamente ligada ao ovo, que simboliza o nascimento.
Amêndoas - Especialidade inventada pelos Franceses, serve de presente.Até à idade média, era costume comer amêndoas cobertas de mel,especialidade apreciada por gregos e romanos.
A Cruz - traduz ao mesmo tempo sofrimento e ressurreição
Cordeiro - Simboliza cristo, que é cordeiro de Deus e se sacrificou em favor de todo o seu rebanho
Pão e Vinho - Na ceia do Senhor, Jesus escolheu o pão e o vinho para dar vazão ao seu amor. Representam o seu corpo e sangue.
Sino - No domingo de Páscoa os sinos anunciam a celebração da ressurreição de cristo.
Coelhinho - Por serem animais com capacidade de gerar grandes ninhadas, a sua imagem simboliza a capacidade da igreja de produzir novos discipulos constantemente.
Círio - É a vela que se acende na Aleluia. Significa: "Cristo, a luz" Alfa e Omega nela gravadas dizem:"Deus é o principio e o fim de tudo".

Como se diz Boa Páscoa noutras linguas:
Alemão - Frohe Ostem
Italiano - Buona Pasqua
Espanhol - Feliz Pascua
Japonês - Fukkatsusai Omedetou
Frances - Joyeuses Pâques
Noruegues - God Pãske
Inglês - Happy Easter

Tropecei nele numa rua da Cidade Berço


Eu não, acredito muito nessas coisas...
mas será que esse facto tem algum significado?
humm...

domingo, 1 de abril de 2007

Deux pères

Solist (solo) : We wonen in een rijtjeshuis
We live in a terrace house
We hebben mooie spullen thuis
We have nice stuff at home
We leven heel normaal daar met z'n drietjes bij elkaar
We live there quite ok with three of us together
Bas die werkt bij de krant
Bas works for the newspaper
En Diederik is laborant
And Diederick is a lab assistant
Ik ben door hun geadopteerd als baby van een jaar
They adopted me when I was 1 year old

Nog altijd ben ik enig kind
I’m still the only child
Maar niet dat ik dat erg vind
But that’s ok with me
Zo krijg ik alle aandacht, alle liefde van die twee
That way I get all the attention and love from those two
Bas brengt mij altijd naar school
Bas brings me to the school
Met Diederik speel ik viool
With Diederik I play violin
En met z'n drietjes kijken we de soaps op de TV
And the three of us watch soaps on TV

Ik heb twee vaders
I have 2 fathers
Twee echte vaders
2 true fathers
Solist (Solo) / Koor (chorus/choir): Soms stoer en ook wel streng
Sometimes cool and sometimes strict / Oeoeoeoeoe-
Maar we hebben het heel fijn
But it’s going well for us / -Hoeoehoeoe
Solist & Koor: Ik heb twee vaders
Twee echte vaders
Solist : Die als het moet ook allebei
Who if they both must
M'n moeder kunnen zijn
Can be my mother

Wanneer ik naar m'n bed toe ga
When I have to go to bed
Kijkt Diederik m'n huiswerk na
Diederik checks my homework
En Bas die doet de vaat of hij strijkt de schone was
And Bas does the dishes or laundry
En als ik ziek of koortsig ben
And if I’m ill or have a fever
Dan is er niemand die ik ken
Then there’s nobody I know
Die zo lief voor mij zal zijn als Diederik of Bas
Who can be so caring as Diederik or Bas

Koor: Hij heeft twee vaders
He has 2 fathers
Twee echte vaders
2 true fathers
Solist / Koor: Soms stoer en ook wel streng
Sometimes cool and sometimes strict / Oeoeoeoeoe-
Maar we hebben het heel fijn
But it’s going well for us / -Hoeoehoeoe
Solist & Koor: Ik heb twee vaders
Twee echte vaders
Solist : Die als het moet ook allebei
Who if they both must
M'n moeder kunnen zijn
Can be my mother


Soms word ik wel gepest op school
Sometimes I get bullied at school
Natuurlijk is dat naar
Of course it’s not nice
Jouw ouders die zijn homo!
Your parents, they are homo!
Dat vinden ze maar raar
They find it strange
Dan haal ik maar m'n schouders op
Then I just shrug my shoulders
Nou en! Ik ben hun zoon!
So what! I’m their son!
't Is niet zoals bij anderen
It’s not ordinary
Maar voor mij is 't heel gewoon
But for me it’s quite ok

Twee echte vaders
2 true fathers
Solist / Koor: Soms stoer en ook wel streng
Sometimes cool and sometimes strict / Oeoeoeoeoe-
Maar we hebben het heel fijn
But it’s going well for us / -Hoeoehoeoe
Solist & Koor: Ik heb twee vaders
Twee echte vaders
Solist : Die als het moet ook allebei
Who if they both must
M'n moeder kunnen zijn
Can be my mother




Porque não?

1 de Abril


Já contas-te mentiras hoje?

Museu Berardo - Como é que o classificas?