quinta-feira, 17 de maio de 2007

Esperança


Esperança:
isto de sonhar bom para diante
eu fi-lo perfeitamente,
Para diante de tudo foi bom
bom de verdade
bem feito de sonho
podia segui-lo como realidade

Esperança:
isto de sonhar bom para diante
eu sei-o de cor.
Até reparo que tenho só esperança
nada mais do que esperança
pura esperança
esperança verdadeira
que engana
e promete
e só promete.
Esperança:
pobre mãe louca
que quer pôr o filho morto de pé?

Esperança
único que eu tenho
não me deixes sem nada
promete
engana
engano que seja
engana
não me deixes sozinho
esperança.



Mário de Sá-Carneiro

2 comentários:

Special K disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Special K disse...

Infelizmente ele acabou por perder a esperança e morreu como morreu.
Boa escolha este poema do Mário.

Museu Berardo - Como é que o classificas?